Você já deve ter se perguntado como surgiram as línguas de sinais. Se esse é um assunto que lhe gera curiosidade, acompanhe esse texto até o fim e entenda a origem das línguas de sinais e a importância delas para a comunicação da comunidade surda.
Por séculos, pessoas com surdez foram discriminadas – sobretudo na antiguidade, pelo fato de não ouvirem. Na Grécia, o filósofo Aristóteles chegou a dizer que “Homens que são surdos são em todos os casos também mudos.”
Durante o Império Romano, surdos eram impedidos de assinar testamentos pelo seguinte motino: “supunha-se que não entendiam nada; porque não é possível que tenham aprendido a ler ou escrever.
A verdade é que esse preconceito durou séculos, até que durante o período renascentista, passou-se a estabelecer línguas de sinais.
Como surgiram as línguas de sinais?
O primeiro registro de língua de sinais bem estruturada vem da Espanha, onde o monge Pedro Ponce de León criou uma escola para surdos no Mosteiro de San Salvador em Oña Burgos. Nessa época, foi estabelecido aquilo que hoje conhecemos como Alfabeto Manual.
Posteriormente, outro padre espanhol, Juan Pablo Bonet, evoluiu e passou a incluir verbos e frases na sinalização ensinada aos surdos.
Em 1755, o padre católico francês Charles-Michel de l’Épée estabeleceu um método mais abrangente para educar os surdos. Ele insistiu na criação de uma língua de sinais mesmo, com toda a complexidade que encontramos nas línguas orais.
Essa insistência teve como resultado a padronização de uma língua de sinais bem estruturada, que rapidamente se espalhou pela Europa e chegou aos Estados Unidos, por volta de 1814. Essa língua virou a famosa Língua Francesa de Sinais.
A ASL, língua de sinais dos Estados Unidos, é originada da Língua Francesa de Sinais
Língua Francesa de Sinais também teria influenciado o surgimento da Libras.
Também no século XIX, a língua de sinais chegou ao Brasil. Isso porque, por volta de 1850, o imperador Dom Pedro II, que teria chamado o francês Ernest Huet para criar uma língua de sinais aqui em nosso país.
A língua então ensinada aos surdos brasileiros era uma adaptação da Língua Francesa de Sinais.
A iniciativa foi tão levada a sério que em 1857 foi criado, sob coordenação de Ernest Huet, o IISM – Imperial Instituto dos Surdos-Mudos.
Esse órgão existe até hoje, trata-se do INES, o (Instituto Nacional de Educação de Surdos).
Reconhecimento da Libras veio somente em 2002
Com o passar do tempo, a Língua Brasileira de Sinais se consolidou, mas o reconhecimento veio com bastante demora, e aconteceu por meio da lei Nº 10.436, de 24 de abril de 2002.
Atualmente existem entre 138 e 300 línguas de sinais espalhadas pelo mundo.
Essa variação grande ocorre porque a cada dia podem surgir subdivisões e até novas línguas de sinais. Agora que você já sabe como surgiram as línguas de sinais, que tal saber se a pessoa fluente em Libras saberá se comunicar fora do Brasil? Clique neste link e leia esse conteúdo agora mesmo!